Direção: a percepção do educador
Ao longo do processo, o educador deve estar atento a alguns parâmetros que contribuem para o bom andamento das atividades. Estes têm como objetivo atender, a um só tempo, as demandas da aprendizagem dos idosos, a formação contínua dos jovens e a manutenção de um bom relacionamento entre aluno e professor. Segue abaixo a descrição destes parâmetros:

A qualidade da comunicação
O educador deve sempre observar o modo com que o jovem se comunica com o idoso, desde a preparação da aula (primeiro ato) até o momento em que se despede de seu aluno após a socialização (terceiro ato).

A qualidade da comunicação se desdobra em:

Recepção do aluno
O jovem é orientado a recepcionar seu aluno idoso, indo ao seu encontro assim que este chega e encaminhando-o até o computador com o qual irão trabalhar. Isso é importante para que o jovem se aproprie da função de professor e desenvolva autonomia e responsabilidade, estabelecendo o vínculo professor-aluno.

Volume de voz e dicção
O jovem deve sempre falar em um tom de voz audível para o aluno idoso, que muitas vezes sofre uma perda natural da capacidade auditiva. É claro que este volume deve ser ajustado caso a caso.

Com o mesmo propósito, ou seja, facilitar a compreensão, a qualidade da dicção dos jovens também deve ser observada.

Vocabulário utilizado
A linguagem utilizada nas aulas deve ser constantemente observada, evitando o uso de gírias e traduzindo os jargões da informática em termos simples para os idosos.

Palavras como “selecionar”, “deletar” e “clicar”, por exemplo, podem ser comuns e corriqueiras para os jovens, mas causam estranheza aos idosos no início do curso. Isso não significa que tal terminologia não possa ser utilizada, apenas deve-se antes explicar claramente seu significado e repetir esta ação sempre que necessário.

Didática
As aulas impressas e sua transmissão oral devem considerar as diretrizes didáticas, utilizando estratégias variadas para facilitar o entendimento e a aprendizagem dos conteúdos.

Exemplos:
Respeitar o tempo de assimilação dos alunos na apresentação dos conteúdos;

Clareza na explicação, de preferência com o auxílio de analogias e metáforas para facilitar o entendimento;

Uso de exemplos;
Utilização de imagens ilustrando os conteúdos;
Sempre que possível, organizar a explicação em forma de tópicos, passo-a-passo;
Seguir uma ordem lógica para a apresentação de novos conteúdos;
Observar a quantidade de conteúdos novos por aula, sendo que o excesso de conteúdos dificulta a compreensão do aluno e pode diminuir a sua motivação;
Preparar aulas de revisão;
Planejar as aulas, levando-se em consideração os interesses do aluno, as maneiras de motivá-lo e como facilitar a compreensão dos conteúdos. Exemplo: pedir ao idoso que gosta de cozinhar para digitar sua receita favorita no Word.

Percepção do aluno
O educador deve estimular o jovem a observar constantemente as reações de seu aluno durante a aula. Isto significa que o jovem deve perceber as mudanças de humor, de atenção e de interesse, bem como sinais de distração, incompreensão de algum conteúdo ou mesmo bloqueios de aprendizagem. Deve também perceber quando o idoso apenas reproduz as instruções da aula, sem, no entanto, se apropriar do conhecimento (como se “decorasse” o procedimento ao invés de compreendê-lo)

Dicas úteis
O educador deve estar atento às relações pessoais cristalizadas e ao apego excessivo entre as duplas (jovem/idoso) para evitar possíveis dependências ou acomodações que possam prejudicar o processo de ensino e aprendizagem dos envolvidos. Em alguns casos, pode-se promover um sistema de rodízio, alterando as duplas a fim de diversificar as experiências e as formas de se relacionar.

Apresentação dos possíveis conteúdos
Os conteúdos são apresentados respeitando-se o tempo de assimilação e os interesses dos idosos. Esses interesses são observados e identificados durante os momentos de conversa e socialização, promovendo uma forma de ensino personalizada e envolvente.

Deste modo, os conteúdos a serem ensinados são amplos e variados, sendo selecionados a partir do que é possível e necessário ensinar aos alunos, de acordo com a percepção de cada professor.

SUGESTÕES E EXEMPLOS DE AULAS E ATIVIDADES

Para consultar sugestões de aula, clique abaixo:
Partes Físicas de um computador
Ligar e desligar o computador
O Teclado
O Mouse
Relembrando a última aula, criando pastas e arquivos